segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Pierre Issa

O Pierre Issa é um jogador de futebol. Ninguém o diria, principalmente depois de o ver jogar, mas é.

Nascido em Joanesburgo de ascendência Libanesa, foi criado em França e possui a nacionalidade dos três países. Um passaporte tão confuso quanto o seu futebol. Optou por vestir a camisola dos Bafana Bafana, o que faz todo o sentido para o seu estilo de jogo Banana Banana.

Durante a minha juventude e adolescência habituei-me a vê-lo nos grandes palcos e isto alimentou o meu sonho de um dia poder vir a ser jogador de futebol profissional. Mais do que traçar um benchmark bem baixo, foi o responsável por alguns dos momentos desportivos mais hilariantes da altura (anos 90).

O Pierre Issa é o epítome do anti-herói. Defesa central, nos momentos decisivos ele estava sempre lá para enterrar a sua própria equipa. Sozinho, ele resolvia invariavelmente os jogos.

Olhando para trás interrogo-me se não estaria envolvido em esquemas de apostas combinadas, mas prefiro acreditar que as suas jogadas carnavalescas eram apenas fruto da sua própria inépcia.

Do alto dos seus quase 2.00 metros de altura, a sua especialidade eram os autogolos. Recordo-me do jogo de abertura do Mundial de 98, um França vs. África do Sul em Marselha, por sinal, a cidade onde viveu e jogava na altura em França. Resultado final: 3-0 contra a África do Sul e 2 autogolos do Pierre. Recordo-me, também, da final da Taça Uefa no ano seguinte. Resultado final: 3-0 contra o Marselha e 1 autogolo do Pierre. A sua média devia andar à volta dos 4 autogolos por época... não admira que, depois disto, tenha ido jogar para o Libano durante 3 anos. Uma espécie de purgatório, digo eu.

Tudo, mas mesmo tudo, podia acontecer num jogo com o Pierre Issa em campo. Há aquele célebre lance ao serviço do Watford em que tropeça sozinho, cai desamparado sobre a bola e quando o levam na maca, um dos bombeiros escorrega e deixa-o cair. Podem ver o Pierre no seu melhor
aqui.

Os adeptos do Watford elegeram-no como o maior flop da história do clube. Era este tipo de prémios e votações que o Pierre Issa ganhava sempre.

Foi com agrado pueril que o vim redescobrir na Grécia, em plena pré reforma, ao serviço do OFI Creta. O estilo continua o mesmo e inconfundível: pontapés no ar, pontapés para a bancada, pontapés para fora do estádio, pontapés no adversário, escorregadelas e auto-golos, sempre os autogolos. Esta época só leva um na sua conta pessoal mas ainda falta jogar toda a segunda volta... e eu vou estar atento.
PS: Se conseguir um autógrafo do Pierre cumpro um "sonho desde pequenino"... FORÇA SEPSI!

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