sábado, 12 de janeiro de 2008

Μακεδονία

Uma coisa importante a descobrir na Grécia é que não se deve discutir com um grego através de raciocínio lógico.

É inútil. Uma completa perda de energia e tempo. O simples acto de perseguir as ideias logicamente, sem as deixar fugir, é algo que os gregos são ensinados desde crianças a estranhar, o que é estupidamente brilhante. As coisas limitam-se a ser como são e não há necessidade de as questionar.

Invariavelmente, a discussão resvala para a casmurrice e é impossível bater os gregos no seu próprio jogo. Um exemplo prático e completamente fictício de uma discussão com um grego seria:

- Atenas é demasiado poluída e caótica.
- Grego: tens razão.
- Simplesmente há demasiadas pessoas a viver em Atenas e regiões desertas no resto do país.
- Grego: tens razão.
- É uma pena.
- Grego: pois é.
- Deviam começar a preocupar-se em reciclar e a utilizar mais o metro, por exemplo.
- Grego: porquê?
- Porque Atenas é demasiado poluída e caótica.
- Grego: Não é não.
- É, sim.
- Grego: Não é não.
- É, sim.
- Grego: Não é não.
- É, sim.
- Grego: Não é não.
- É, sim.
- Grego: Não é não.

O melhor mesmo é nem sequer discutir, mas, caso seja absolutamente necessário, é partir imediatamente para a irracionalidade. Um exemplo demonstrativo será discutir da seguinte forma: “Ò grego, olha que isso está errado porque o teu superior hierárquico disse que está errado. Pensa melhor no assunto porque mousse de chocolate caseira é melhor do que a instantânea”. Violência física poderá ajudar a acelerar o processo pelo que não é de excluir na totalidade.

Isto para dizer que a Macedónia não é um país mas, sim, uma região no norte da Grécia. Não tentem convencer um grego do contrário. O país que toda a gente, fora da Grécia, conhece como Macedónia simplesmente não existe na Grécia e chama-se FYROM (Former Yugoslav Republic of Macedonia).

A capital da região e segunda maior cidade da Grécia é Thessaloniki. Infelizmente só estive lá uma tarde e apenas deu para ver a Torre Branca. Mesmo assim, percebi que é uma cidade à beira-mar e com montanha. Um pouco como Barcelona. Na Grécia dizem que, embora sendo uma cidade, Thessaloniki é muito mais acolhedora e relaxada do que Atenas. A confirmação requeria tempo que eu não dispunha desta vez, mas, conhecendo Atenas, não tenho dúvidas de que seja verdade.

Fui ainda a Vergina ver os túmulos reais macedónios, (nomeadamente aquele que se crê ser o de Filipe II – o pai zarolho de Alexandre, o Grande), Edessa, Naousa e Pélia.

Antes, passei pelo Monte Olympus: o ponto mais alto da Grécia e lar dos Deuses.

Pessoalmente, aprecio mais paisagens naturais que estejam pouco danificadas pelo homem (coisas virgens em geral) e por esta altura já estava farto de ver pedras (acho que é um luxo poder referir-me desta forma aos monumentos e sou o primeiro a admitir que sou um palerma).

Os Lagos Prespa eram um dos locais que mais curiosidade me despertavam à partida e não fiquei desapontado. É dos poucos parques naturais a nível mundial constituído maioritariamente por água.

Kastoria é uma bonita cidade construída à volta de um bonito lago que não o Prespa e igualmente constituído, maioritariamente, por água sob a forma de gelo, em virtude dos -15º registados na altura.

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