segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Onde está o João?

Ficheiro kmz. http://rapidshare.com/files/78752116/Road_trip___919___949___955___955___945___963__2007.kmz.html

· 25 Dez terça-feira
o Antiga Tebas / Thiva (100 km, 1h07 min)
§ 1/E75 LAMIA
o Mosteiro de Osios Loukas (64 km, 1h12m)
§ 3, virar à esquerda por estradas secundárias
o Monte Parnaso / Arahova (51 km, 56 min) ALMOÇAR
§ Voltar atrás até à intersecção da 3 com a 48, seguir oeste pela 48
o Delfi (12 km, 10 min) JANTA & DORMIDA
§ Oeste pela 48

· 26 Dez quarta-feira
o Delfi (sair quando estiver tudo visto)
o Termopylae (88 km, 1h13min)
§ Oeste pela 48, Norte pela 27/E65
o Pilio /Pelion (150 km, 2 horas) JANTA & DORMIDA em Miliés
§ Norte pela 1/E75, saída 30, portagem

· 27 Dez quinta-feira
o Trikala (125 km, 1h39min)
§ Seguir indicções de Volos E92, 1/75 LARISSA, E92
o Meteora (22 km, 21min)
§ 6/E92
o Monte Olimpo (150 km, 1h47min)
§ Voltar para trás de Meteora até Trikala pela 6/E92, continuar na E92 até chegar a LARISSA e apanhar a 1/75 para Thessaloniki
o Dion (fica no sopé do Monte Olimpo)
o Salónica (113 km, 1h03min) JANTA & DORMIDA

· 28 Dez sexta-feira
o Salónica
o Chalkidiki / Kassandra
o Salónica JANTA & DORMIDA

· 29 Dez sábado
o Antiga Pélia / Pela (41 km, 44 min)
o Edessa (50 km, ?)
§ oeste
o Naoussa
§ sul
o Veroia / Veria
§ Sudeste, dovras
o Vergina
§ Sudeste

· 30 Dez domingo
o Montanhas do Pindo & Zagoria (273 km até Ioannina, 3h12min)
§ Noroeste para apanhar a 4, E90 (Egnatia Odos) direcção de Ioannina, saída na 20/E90, 20/E853/E90
o Ioannina ALMOÇAR & RELAXAR
o Dodoni (20km, 15min)
§ Sul 5/E951, Oeste E90
o Arta
§ Fica no caminho entre Dodoni e Mesolongi
o Mesolóngi (194km, 2h38min)
§ desde Dodoni, este pela E90, Sul pela 5/E951, E55

· 31 Dez segunda-feira
o Olympia (164 km, 2h21min)
§ Sudeste pela 5/E55/E951, portagem, ponte de antirrio to rio, E55 sempre a bombar)
o Epidavros (200km, 2h30min)
§ Este pela E55, norte pela E65 (portagem), sair da E65 para este quando vir placas
o Napflio PASSAGEM DE ANO

· 1 Jan terça-feira
o Micenas (23 km, 25mins)
§ Norte
o Korinthos (40km, 30 mins)
§ E65 Este
o Airport

Adeus

Deus demorou 6 dias a criar a Terra; os oceanos, os continentes, as mais altas montanhas, os vales mais profundos e, no final, a tudo isto povoou com o Homem e uma grande variedade de animais domésticos e selvagens. Ao sétimo dia descansou.

Deus é grande e eu pequeno, Deus é omnipotente e omnipresente, eu nem uma coisa nem outra, Deus tem poderes e eu apenas um Chevrolet Matiz de 4 portas.

Pois bem, no dia do Seu nascimento, eu proponho-me dar a volta à Grécia em 7 dias e ½! E uma coisa vos prometo: não irei descansar ao 8º dia, até porque vou ter de ir trabalhar, e ao 9º dia também não vai dar porque calha a uma Sexta-Feira.

À partida, tudo se afigura para uma Odisseia de dimensões épicas e garanto-vos que neste momento sinto-me como um Ulisses dos tempos modernos. Espalharei o verdadeiro espírito do Natal por este país ortodoxo e, como a paz e o amor não são propriedade privada de nenhuma religião, terei também a preciosa ajuda de Álá. Parece-me apropriado recorrer à ajuda de vários Deuses na Grécia.

Este vai ser o Natal mais estranho da minha vida. Não vai haver lareira, nem família, nem abrir prendas. É óbvio que vou sentir a falta de tudo isto mas esta é daquelas coisas que se deve fazer pelo menos uma vez na vida, nem que seja para darmos mais valor àquilo que tomamos como garantido.

Não quero desvendar mais pormenores sobre esta Odisseia por agora, mas para já, envio-vos o plano da viagem e um ficheiro para abrirem no Google Earth para saberem onde ando (sigam o alfabeto e os números).

São livres de deixar comentários ou pedidos.

Adeus… e até ao meu regresso!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Trabalhar na Grécia

Haveria muito para dizer das 3 primeiras semanas profissionais na Grécia. No entanto, vou exemplificar o que tenho feito na Sonae Sierra que se assemelhe sequer a trabalho dentro de um parêntesis


( )


E é isto. VIVA A GRÉCIA, VIVA O AICEP E VIVA A SONAE SIERRA!

σπορτ+ live!

Este canal é potente como os lançamentos laterais do Binya e os afundanços do Kevin Garnett. Liga Portuguesa, Inglesa, Grega, Espanhola, Italiana e NBA... enquanto continuar a não perceber NADA do que dizem nos noticiários este é o único canal que passa lá em casa. Este e um de filmes que também não é nada mau (os gregos põem legendas, tal como nós). Ontem, depois de ver o Benfas a ganhar 3-0 ao Estrela (agora há jogos em directo à meia-noite? hehe...) estive a ver um bocado de um filme brasileiro e isso ajudou-me a perceber algumas palavras. Por exemplo, qualquer tipo de asneira é traduzido para μαλακα, μαλακιασ e suas infinitas variantes. Dá sempre jeito, quanto mais não seja, para saber quando nos estão a chamar de palhaço (ou pior). O filme era o Carandiru, portanto o vocabulário não passava muito disto.

Já aqui escrevi que os gregos não têm maneiras e que são uns javardolas mas começo a entendê-los melhor. São brutos, mas o que realmente conta, para eles, são os actos (acções...). Conteúdo 3 - Forma 0. Então em círculos fechados são os MAIORES.

Jogos da Liga Portuguesa todas as semanas, cortesia da papoila saltitante com a camisola berrante número 8 nas costas. Ευχαριστό πολύ ΚΟΣΤΑΣ!

PS: Há a possibilidade de o Benfica (o outro clube de Lisboa também) jogarem contra o Panathinaikos para a Taça UEFA... às 14 horas gregas começa o sorteio e, no caso de um destes dois cenários se concretizar, irei sempre torcer in loco por uma das equipas...

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Em busca dos tesouros escondidos de Atenas

Como estou a preparar uma mega viagem pela Grécia decidi ficar o f-d-s em Atenas e fazer mais um pouco de reconhecimento da cidade (ainda me perco, mas cada vez menos...).

Sábado de manhã comprei vegetais e fruta, nada de muito extravagante já que tenho um mercado de rua... que é na minha rua, fui ao ginásio à tarde e vi um filme à noite. Poderia ter sido um Sábado passado em qualquer parte do Mundo.


Domingo decidi ir ver a ínfame Porta 13 (já lá tinha ido mas agora decidi documentar com fotos... e as próximas serão lá dentro e a cantar o horto magiko!)


















o Templo de Zeus e o Arco de Adriano,













o antigo Estádio Kallimármaro (com capacidade para 60.000 pessoas é totalmente feito de mármore, foi onde se realizou a chegada dos atletas da Maratona nos jogos Olímpicos de 2004 e foi das coisas que mais gostei de ver em Atenas até agora),


zona de Mets (afinal há arquitectura em Atenas!? e vi um gato ENORME),














os Jardins Nacionais e o Zappeion,


o Monumento ao soldado desconhecido (guardado 24 horas por dia por dois évzones... estes tipos com ponpons nos sapatos
e tirei uma foto na casa-de-banho a fazer xixi para terminar o dia em beleza.

Mesmo assim encontrei alguns tesouros em Atenas, mas o melhor da Grécia não está aqui...

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

SMOG!

Tirada hoje de manhã no caminho para a Sonae Sierra.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Taverna

Se na primeira semana que estive na Grécia emagreci, então, só hoje recuperei uns 2 kg. Primeiro fui ver umas grutas a Peiania para abrir o apetite. Pena que a guia só tivesse falado em grego e não ter percebido o porquê de estar sempre a stressar com o flash da câmara. "Siga siga" (calma, calma...).


Depois alguém teve a feliz ideia de irmos para uma taverna em Kalívia Thorikoú (uma taverna não é uma taberna mas sim um género de restaurante muito típico da Grécia). O que é que eu posso dizer... não digo que nunca comi tanto na minha vida porque quem já me viu comer saberia que é mentira (ou mesmo impossivel...), mas digamos que está num lugar bem cimentado no meu top 10 de enfardanço. Da ementa constava:
  • Horta (grelos com limão!)
  • Um prato medonho mas muito saboroso do qual me esqueci o nome (fígado enrolado nos intestinos de um animal qualquer)
  • Costeletas de cordeiro (muitas!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!)
  • Tzatziki (um acompanhamento feito à base de iogurte, pepino, alho e possivelmente mais qualquer coisa)
  • Salada grega
  • Pão torrado com manteiga tipo cacete françês

No final da refeição só me lembrava deste vídeo:

SOUNIO

O Cabo Sounio é o ponto mais a sul da Ática. A viagem desde Atenas faz-se através de uma estrada panorâmica que percorre a costa ocidental e fez-me lembrar o percurso desde Oeiras até ao Cabo da Roca.

Tem a particularidade de ter no cimo o templo de Poseidon (Deus grego do mar), feito de mármore branco, usado na antiguidade como farol.


Na Grécia há lendas para tudo e reza esta que foi do Cabo Sounio que o Rei Egeu de Atenas se suicidou ao pensar que o seu filho Teseu morrera às mãos do terrível Minotauro. Daí o mar chamar-se Egeu, em homenagem ao morto. Na realidade Teseu chacinou o Minotauro e ter-se-á apenas esquecido de colocar velas brancas, sinal de que teria sobrevivido, no seu regresso de Creta. Tragédia grega.


Επόμενος Σταθμός Ομόνοια / Próxima Estação Omonia

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

CASA

Arranjar casa em Atenas foi stressante. Agora que tirei este peso de cima sinto que ganhei uma alma nova. A casa é cara, OK (700€ por mês sem contar com as despesas adicionais de água, electricidade e condomínio que poderão rondar os 100€ - no máximo) … mas é boa. Está estrategicamente colocada na rua LOUIZHS RIANCOUR (29) a 5 minutos a pé da estação de metro de Panourmou, a 8 minutos a pé de Abelokipi (onde fica o Apostolos Nikolaidis - estádio do Panathinaikos) e, desde que fecho a porta de casa, ponho-me no trabalho em 20 minutos.

É um prédio antigo mas a casa está totalmente renovada e mobilada (quando digo mobilada, só precisei levar a minha escova de dentes). A casa é de um casal grego que vive em Puerto Rico e a senhoria é a mãe de um deles. É uma velhota simpática e embora não perceba nada do que me diz parece não se importar com isso… é uma comédia! De qualquer forma, já me instalou uma máquina de lavar roupa sem encargos adicionais e já se prontificou a tratar da limpeza da casa.

Com tudo resolvido em relação à casa, estou praticamente estabelecido mas estive a ver a vida a andar para trás porque não foi fácil encontrar casa no estrangeiro para arrendar por 8 meses e pouco numa cidade onde não conhecia nada.

Em particular, os gregos são uns sacanas aproveitadores que tentam endrominar a toda a hora. Se os portugueses são chicos espertos então à que inventar uma palavra para estes sócios. Não há pachorra. Falam, falam e não dizem nada. São desconfiados e criam problemas onde eles não existem. A forma como está mobilada para arrendar é uma raridade em Atenas e juntando ao facto de que apenas demorei uma semana a encontrá-la deixa-me contente. Havia soluções mais baratas mas tendo em conta que há 2 quartos e 3 camas tenho sempre a possibilidade de subalugar a casa. Sinto-me bem na casa e isso é o mais importante.

O meu conselho, para quem está à procura de casa no estrangeiro, é que encontre alguém que fale a língua para servir de interlocutor e, se forem trabalhar, peçam a uma das secretárias ou algum colega para vos fazer os contactos. Faz TODA a diferença se vos apresentarem como alguém que vai trabalhar para uma empresa ou um estrangeiro que caiu ali de pára-quedas!

Mudei-me ontem, no dia 28/11/2007, uma quarta-feira (dia do Benfica-Milão que acabou 1-1 com aquele golaço do Maxi Pereira!). Não consegui ver o jogo em directo mas sábado vou ver o Benfica-Porto porque aqui transmitem pelo menos um jogo em directo da liga portuguesa todas as semanas.

1ª SEMANA (PARTE II de II)




A Grécia está a dar cabo de mim. Isto é contacto demais. Tive a sorte ou o azar de me começar a dar com pessoal ERASMUS através do André…

(Desde já um imenso obrigado a ele, ao Rafa e ao Diego por terem sido fixolas ao disponibilizarem o apartamento deles na primeira semana)

… e então tenho tido uma vida dupla bastante interessante. De dia ando de fatinho e à noite é festarola com ERASMUS avariados da tola. De qualquer forma este estilo de vida não vai poder durar para sempre. Emagreci uns 3 quilos nos primeiros 4 dias mas entretanto já estou a recuperá-los (i.e. ADORO pitas… de galinha, porco, gyros, souvlaki e, no geral, comida grega). Há imensos portugueses em Atenas, quer ERASMUS quer a trabalhar, e já encontrei o irmão de um amigo meu e uma rapariga que está a estagiar no Millenium BCP (Millenium Bank aqui na Grécia) que também tirou o curso na FEUNL. Sinto-me novamente em ERASMUS com a grande diferença de agora ter dinheiro mas não ter tempo.

1ª SEMANA (PARTE I de II)

Na viagem de Roma para Atenas estive a conversar com um casal de gregos que estava ao meu lado no avião e, a certa altura, entreguei-lhes um mapa com o sistema de metro de Atenas. “So can you tell me which areas to avoid when looking for a house? OK, this central area here has some strange people and you should better avoid it.” Quando olhei para o mapa tinha uma circunferência que ocupava significativamente a cidade…

Só cheguei a Atenas à uma semana mas se fosse Deus colocava uma bomba de nitrogénio nesta cidade e começava tudo de novo. Fá-lo-ia não como um Deus destrutivo mas como um Deus misericordioso. Atenas tem um potencial tremendo por diversas razões como, por exemplo, o facto de ter milhares de anos de história.


Para quem vem de fora é impossível deixar de perguntar onde e quando é que estes tipo perderam o rumo?


Atenas é caótico. Fica num vale e num país com uma população de 10 milhões tem 5 milhões de habitantes, ou seja, imaginem uma Amadora 50 vezes maior e terão uma ideia bastante aproximada da densidade populacional e desorganização urbanística de Atenas. É insustentável que tantas pessoas vivam num espaço tão reduzido.



Atenas lembra-me Lisboa uns furos mais abaixo. Enquanto Lisboa cheira bem, Atenas cheira assim-assim. Há demasiadas pessoas, confusão, gritaria, obras, barulho e lixo. É raro encontrar-se um ecoponto em Atenas. Há sempre um smog tenebroso a pairar sobre a cidade e às vezes custa apenas respirar. A cidade é cinzenta por culpa de uma lei idiota que obriga os proprietários a pagar uma taxa se pintarem as casas. A verdade é que isto aqui é Europa mas é quase de raspão.

Monastiraki, Psiri, Kypseli, e Gazi são zonas centrais que me fazem lembrar o Bairro Alto, o que até pode não ser verdade, mas, é sempre bom pensar assim para criar áreas de conforto e, desta forma, suavizar o choque. Omonia, Metaxhourgio e Exharia, essas, são zonas que estão numa “liga dos últimos” mesmo dentro dos parâmetros de Atenas… só visto, mas provavelmente a pior é Metaxhourgio e, dito isto, em Omonia vêem-se drogados a injectar-se em pleno dia. Na Acrópole também, mas isso é outra história. Exharia é uma zona de anarquistas e, embora tenha bons bares e restaurantes, é preciso ter cuidado com os dias em que se pode ir lá (i.e. há uma espécie de calendário anarquista para vandalizar tudo e todos, então convém não estar lá nesses dias). Entretanto, estas zonas são totalmente residenciais! A zona chique da cidade é Kolonaki e, muito sinceramente, acho que é sobrevalorizada. Basicamente é uma zona para se ver e ser visto e paga-se por isso. Uma cerveja custa 6€! Nos “subúrbios” (em Atenas a noção de subúrbio não é bem a nossa, ou seja, há tanta ou mais gente do que no centro) temos o Pireu, a oeste, que é a zona do porto; Kifissia, a norte, que é uma zona com ruas mais largas e casas neo-clássicas fixolas; e finalmente, temos Glyfada, a sul, que é a zona das praias de Atenas.

Pessoas, pessoas e mais pessoas. Há muita imigração em Atenas de países pobres da região dos Balcãs (i.e. Albânia, FYROM, etc.) e, em menor escala, de países do Magreb, Europa-Ásia e, surpreendentemente para mim, da África Subsaariana. A principal ocupação destas pessoas é a mendicidade ou o comércio de rua. Há muita pobreza aqui, infelizmente, o que acrescenta um ar de degradação à cidade. Por outro lado, e independentemente do mau aspecto, Atenas é uma cidade estupidamente segura ou pelo menos é o que toda a gente me diz e é, também, o que sinto.

(Numa nota mais pessoal: é assustador o quanto o nosso futuro é determinado pelo local onde nascemos.)

Os gregos são uns gajos que ainda não percebi muito bem. São assustadoramente parecidos connosco nas atitudes mas tenho a sensação de que gregos e portugueses são como irmãos gémeos que foram separados à nascença. É como se os gregos tivessem sido criados por portugueses metidos em metanfetaminas: temos muitas coisas em comum mas as virtudes e defeitos típicos dos portugueses são exacerbados 10x nos gregos.

Têm um nível de vida parecido com o nosso (como nós, economicamente, o que os safa é o turismo e enquanto nós só temos o Algarve eles têm centenas de ilhas habitadas!) mas a nível de mentalidade estão, à vontade, uns 10 anos atrasados. Têm tiques de novos-ricos e isso fica-lhes mal (i.e. são ostensivos, preconceituosos e nem sempre têm bom gosto).

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Trevo Mágico

Foram os gregos que inventaram a filosofia, o desporto, a democracia e que de uma forma consensual formaram a base daquilo a que hoje chamamos civilização ocidental. Também nos deram a pedofilia, a paneleirice em geral, um alfabeto complicado, discos da Nana Mouskouri, do Demis Roussos e disso não precisávamos, obrigado.

À primeira vista os gregos são um povo que gosta de dar, mesmo que os outros não queiram receber.

Como os portugueses, são heróis do mar, gajos de barba rija que gostam de andar à porrada mas ao mesmo tempo uns líricos que se deram ao trabalho de desenvolver uma cultura e identidade decentes. Acho que, no fundo, é mais aquilo que nos une do que nos separa e, por isso, parto com a convicção de que vou fazer da Grécia a minha segunda pátria.

O primeiro passo já foi dado ao eleger o Panathinaikos como o meu clube na Grécia; não tive dúvidas depois de ver este vídeo no YouTube:


A letra é a única coisa que sei dizer em Grego e anda a martelar-me na cabeça. Traduzido em português, é qualquer coisa assim:

“É um trevo mágico, quero prová-lo um bocadinho, para sonhar com o meu PAO e gritar até Deus ouvir: meu panatha, amo-te, estou agarrado a ti como heroína, como narcóticos, como haxixe, como lsd, por ti PAO o mundo todo está ressacado. Meu panatha, meu panatha, amo-te, amo-te, onde quer que jogues eu te seguirei, eu te seguirei, PAO aqui, PAO aqui, PAO ali, PAO ali, onde quer que jogues estaremos sempre juntos, sempre juntos.”

Um povo que vibra assim num simples jogo de basquetebol (é que nem é de futebol!) e escreve poesia em cânticos de claques só pode ser gente fixolas. E é para lá que eu vou amanhã.