quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Atenas 360º

Telhados.
E, se estavam curiosos sobre o que existe no outro lado. Mais Telhados.

Um Mar de Casas

Atenas está longe de ser uma cidade bonita e é, quanto muito, um gosto adquirido. Recuando dois meses no tempo, o meu primeiro sentimento em relação a Atenas foi, claramente, de medo. Medo próprio de quem se vê às 01.30 da madrugada, sozinho, de malas espalhadas no meio de uma rua estranha e de aspecto duvidoso.

Aspecto duvidoso e estranho que, passado o medo, se traduziu num sentimento de repugnância pela diferença e pobreza.

Dois meses passaram desde que cheguei e, embora não esteja fascinado e queira viver aqui o resto dos meus dias, posso pensar em lugares piores para se viver. Darfur ou o Quénia, por exemplo.

Foi assim que – do medo à indiferença – me apercebi que as aparências realmente podem iludir e que, na Grécia é preciso ser-se grego para aproveitar a experiência.

Atenas. Não há palavras para definir a (des)organização urbanística desta cidade.

Da direita para a esquerda, pode-se ver parte dos Jardins Nacionais (na mesma direcção mas mais perto fica Kolonaki), o Estádio Kallimármáro, a zona de Pagrati e lá longe (onde estão os raios de sol) a zona de Glyfada.






Streffi Hill e, à esquerda, a zona de Exarhia.









À esquerda da antena e imediatamente antes da Acrópole está a zona de Monastiraki e, nessa direcção, mas mais próximo fica Panepistimio (a cidade universitária). À esquerda da imagem fica Syndagma e o Parlamento (o edificio grande e amarelo que fica colado aos jardins Nacionais). Ao longe, um bocadinho à direita na direcção da Acrópole vemos o Pireu.




Zona de Omonia e Metaxourgio. São as piores zonas da cidade. A melhor descrição que ouvi foi de um manager da empresa: "You don't see any greeks here! You just see crazy Nigerian bitch hookers and Egyptian pimps looking like shit!" Não é assim tão mau, mas fica feito o aviso: SE ÉS TURISTA podes riscar esta área do mapa.





Subjectivamente, a melhor zona de Atenas. Ampelokipi. Não porque seja onde está a minha casa (bairro à esquerda do edificio grande na imagem) mas porque é onde fica a Leoforos Alexandras (A AVENIDA) - casa do Panathinaikos.




Escatológico: Pombos, ratos com asas

Em vez de me limitar às habituais coisas sem nexo, desta vez, decidi escrever uma dissertação sobre excrementos. Dejectos, cocós, porcarias, bosta, scheiße, shit, merde, mierda, merda, σκατα, kak, tiko, muti, lort, cack, tabernac, pokh, kaka zaharra, dong, hovno, szar, khra, sundace, stront, guvno, dritt, shudas, ga’o, tae, tatti, kuso, 屎, căcat… e por aí adiante.

Vá-se lá saber porquê, independentemente do nome, não gosto de excrementos. Curiosamente, também não faço grande distinção entre excrementos de pessoas ou de animais. Cães, gatos, ovelhas, burros, vacas, tartarugas, golfinhos, cavalos, elefantes, pulgas, girafas... entre outros animais terrestres, marinhos e voadores. Não vale a pena identificá-los a todos porque esta dissertação apenas vai debruçar-se sobre o excremento do pombo.

Definitivamente, não gosto. Não gosto, não gosto, não gosto. Não gosto! Não gosto de ver, não gosto de cheirar e não gosto de limpar. Especialmente de limpar. E embora o tamanho do animal de onde provém o excremento não seja de desprezar – certamente, um excremento de rinoceronte será mais problemático do que um excremento de pombo - há outras variáveis a ter em conta. Nomeadamente, ainda não vi nenhum rinoceronte a passear nas ruas de Atenas e nenhum elefante ainda se lembrou de vir “socializar” e CAGAR à minha varanda.

Depois, os pombos são como ratos com asas. São uma praga urbana e aqui em Atenas, principalmente no centro, é um verdadeiro problema. Estão habituados à presença humana e pode-se dizer que estão domesticados.

Para mim, o facto de não se assustarem facilmente, acabou por ser uma vantagem porque me facilitou a tarefa na hora de lhes partir o pescoço. Não, mentira.

O que eu fiz mesmo foi colocar arroz misturado com cimento na varanda. Não, também é mentira. Informei-me e isso é considerado crime ambiental. Não que a ideia de homicídio em massa por envenenamento não me tivesse passado pela cabeça, mas, achei que não valia a pena ter problemas com a polícia por causa de pombos.

O que é verdade é que, mesmo assim, descobri que consigo ser mais palerma, fazer mais excrementos e ser mais inteligente do que (alguns) pombos. Há uma frase de eu gosto muito, exemplifica bem o meu dilema, e é a seguinte. É igualmente perigoso: uma faca nas mãos de um psicopata e a inteligência nas mãos de um malvado.

Enquanto o recurso à inteligência seria, certamente, a forma mais cómoda de resolver a questão a faca foi, seguramente, mais saborosa. E assim começou a minha cruzada pessoal contra os ratos/despertadores com asas. Neste momento, no mundo dos pombos, a minha varanda deve ser o equivalente do Inferno e posso garantir que os pombos de Atenas devem ter pesadelos com tudo aquilo que lhes fiz (atenção, foram eles que começaram).

A receita para a limpeza inicial dos excrementos na varanda foi muito simples: 5 litros de água a ferver, adicionar uma embalagem de Cilit Bang, despejar o liquido fumegante sobre os excrementos e observar à distância a cascata de excrementos que se formou (i.e. também tinha alguns vizinhos barulhentos e, assim, “mataram-se” dois pombos de uma só cajadada).

Em relação a livrar-me dos pombos; primeiro, tirei um tijolo idiota que estava na varanda e era perfeito como retrete e, segundo, que chacina, eu próprio fico assustado com os limites mórbidos da minha mente. Fizeram parte do meu arsenal de ataques; lança-chamas artesanal (o meu preferido), choques eléctricos, torturas várias que envolveram o lançamento de água gelada alternada com água a ferver (bárbaro!), privação de sono com lanternas (descobri que sou mais teimoso que um pombo), bombinhas de Carnaval, entre outras mais rudimentares como a biqueirada a meio da noite (alvorada) e o simples enxotar com um pano.

Entretanto, passados 6 dias, como os pombos devem ter algum tipo de memória muscular (Pavlov explica isso algures na wikipédia) e possivelmente comunicam entre si, para além de terem abandonado não só a minha varanda como o meu prédio, agora, quando ando na rua afastam-se a uma distância de 2 metros.

Fiz muito, admito, e o horror... mas sempre em auto-defesa (digamos que os fins justificaram os meios) e não voltemos a falar nisto.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

ONASSIS

JP "Onassis" Luzio. É assim que vou gostar de passar a ser conhecido quando regressar a Portugal e criar o meu próprio império, portanto comecem a interiorizar a IDEIA!
Eu sempre soube que o destino não se podia dar ao luxo de me deixar ficar mal e que estava destinado a grandes feitos. A sério. Juro que não estou a brincar. Durante muito tempo pensei que poderia vir a ser o próximo Paulo Sousa (quando jogava no SLB), mais recentemente pensei que poderia vir a ser o próximo Mourinho. Enfim, qualquer coisa relacionada com futebol. Agora sei que estava enganado.
Mal sabia eu que seria neste pedaço de terra a que chamam de ΗΕΛΛαδα que eu iria descobrir a IDEIA!
Não sou nada destas coisas (normalmente toda a gente começa assim uma frase quando aborda o assunto seguinte) mas ultimamente vinha a sentir que algo de importante estava prestes a acontecer. Chamem-lhe dejá vu, premonição, o que quiserem. Era um sentimento muito forte e quase palpável, mas que não consigo pô-lo em palavras.
Tenho pena de ainda não puder divulgar ao Mundo a minha IDEIA! Primeiro tenho de fazer o Business Plan e registar a marca, mas posso adiantar que ela é concretamente brilhante e subjetivamente simples. Ou então o contrário, é possível que assim seja. De qualquer modo é brilhante e simples, independentemente de ser primeiro brilhante e depois simples ou primeiro simples e só depois brilhante.

domingo, 20 de janeiro de 2008

5 minutos do meu dia de hoje

Hoje o dia esteve agradável. Com as temperaturas a rondarem os 20º notou-se bem a afluência de pessoas na rua, o que deixa antever um mar de gente em Atenas no Verão para complementar a ideia do mar de casas em Atenas, traduzido em caos urbanístico, que é uma coisa a que já me habituei e começo até a achar uma certa beleza.

A língua grega, definitivamente, já não me parece alienígena e começa a assemelhar-se com o italiano. É bom sinal e estou confiante que até ao final de Julho consiga ler e falar correctamente em grego. De resto, Atenas e os gregos surpreendem-me cada vez menos e isso deixa-me contente. A razão é simples: na Grécia é preciso esperar o inesperado e eu procuro fazê-lo.

Um aparte. Não sou o único que está adaptado à realidade grega: o Kenedy (ex-jogador do Benfica, Marítimo e internacional A de Portugal) está a jogar no Ergotelis, último classificado da liga grega, é capitão de equipa e tem o nome Daniel nas costas.

De volta ao meu dia de hoje, acordei cedo com a ideia de ir até à feira de velharias em Monastiraki. Tem aquele aspecto de bazar turco, com lojas em ambos os lados de ruas estreitas e labirínticas. Estava a abarrotar. Não fui com a intenção de comprar nada, embora tenha ficado com a impressão de se puderem fazer ali boas compras, mas diverti-me bastante a ver toda aquela agitação e burlesco. No futuro vou gostar de relembrar, particularmente, o encontro com um vendedor que estava a apregoar com o auxílio de um aparelho electrónico nas cordas vocais. Em duas palavras: IM...PRESSIONANTE!

A seguir fui ao museu Islâmico, que pertence à colecção do museu Benaki mas fica num lugar completamente distinto. Curiosamente, fica ao lado de um outro museu judaico e não deixei de pensar que bom seria se pudessem fazer a mesma coisa em Jerusalém. O museu estava quase vazio e pude ver as coisas à vontade. Foi interessante, pois foi, e confesso que cada vez mais me convenço que o Islamismo é uma religião de paz e que a violência que lhe é associada é apenas a obra de fanáticos…os fanáticos! Mas mais interessante foi a parte de mais uma vez pagar a entrada num museu com o meu cartão de estudante.

Por esta altura já estava com fome, então, comi um kalamaki (uma espetada de souvlaki) e encaminhei-me para a Colina das Ninfas, passando por Thissio, Kerameikos e Gazi. A Colina das Ninfas é um espaço verde que está incluído naquilo que se pode chamar a zona da Acrópole. Vi uns espectáculos de rua sem deixar nenhuma moeda no final (fui eu e 90% da “plateia” e nem foi porque os espectáculos fossem maus… enfim, é uma cena de Atenas) e decidi subir o monte Filopappos antes de vir para casa. Foi uma subida de 30 minutos a andar e em vez de fazer a descrição do monte vou mostrar-vos os últimos 5 minutos. A vista no topo é a do tal mar de casas (em duas palavras: IM…PRESSIONANTE!) mas vou esperar até ir ao monte Likavittos para mostrar a Atenas 360º em todo o seu esplendor.

Para já, convido-vos a juntarem-se a mim na subida do Filopappos (por 5 minutos).
CLICKA AQUI

PS: Devido a problemas técnicos, onde se lê hoje, deve-se ler ontem.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

O Moretto da Grécia

O Moretto da Grécia é o próprio Moretto! Este não tem equivalente, mas, o simples facto de estar aqui na Grécia já diz muito. E o facto adicional (benfiquistas, preparem-me para as boas notícias) do AEK estar disposto a pagar 1M€ por ele no fim do empréstimo diz ainda mais. Esta é a mais recente exibição do Franguetto:

O que me recorda que também aqui temos o "Butt da Grécia". Não marca golos de penalty mas a defender fora dos postes é igual:

A Mónica Sintra da Grécia

A coreografia é amorosa, okay, o guarda roupa é... amoroso, okay, quem a conhece diz que é amorosa, okay, mas a dorrrrrrrrrrrrrrrrrr que ambas artistas provocam nos meus ouvidos só é suplantada pela sensação de alívio que proporcionam depois de se calarem. Imagino o Rei de Espanha a entrar por ali adentro e a dizer PORQUE NÃO TE CALAS? (com a rainha a traduzir em grego).
O próprio programa é o "Fátima Lopes" da Grécia.
PS: Esqueci-me de esclarecer que o dançarino no vídeo anterior do Pashalis Terzis "Marco Paulo grego" é uma espécie de microfone. Aparece ali como uma distração. Pelo menos eu estava mais interessado em ver quando é que voltava a aparecer a "rodinha" do que propriamente em ouvir a música e, quando dei por isso, já tinha ouvido a música toda.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

A Grécia é igual a Portugal mas um bocado mais longe (e vice-versa)

Gostaria de lançar uma rubrica que intitulei de “A Grécia é igual a Portugal mas um bocado mais longe (e vice-versa)”.

Não há necessidade de explicações adicionais para além daquilo que está implícito no título.
Como primeiro episódio apresento o Marco Paulo em versão grega:


segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Pierre Issa

O Pierre Issa é um jogador de futebol. Ninguém o diria, principalmente depois de o ver jogar, mas é.

Nascido em Joanesburgo de ascendência Libanesa, foi criado em França e possui a nacionalidade dos três países. Um passaporte tão confuso quanto o seu futebol. Optou por vestir a camisola dos Bafana Bafana, o que faz todo o sentido para o seu estilo de jogo Banana Banana.

Durante a minha juventude e adolescência habituei-me a vê-lo nos grandes palcos e isto alimentou o meu sonho de um dia poder vir a ser jogador de futebol profissional. Mais do que traçar um benchmark bem baixo, foi o responsável por alguns dos momentos desportivos mais hilariantes da altura (anos 90).

O Pierre Issa é o epítome do anti-herói. Defesa central, nos momentos decisivos ele estava sempre lá para enterrar a sua própria equipa. Sozinho, ele resolvia invariavelmente os jogos.

Olhando para trás interrogo-me se não estaria envolvido em esquemas de apostas combinadas, mas prefiro acreditar que as suas jogadas carnavalescas eram apenas fruto da sua própria inépcia.

Do alto dos seus quase 2.00 metros de altura, a sua especialidade eram os autogolos. Recordo-me do jogo de abertura do Mundial de 98, um França vs. África do Sul em Marselha, por sinal, a cidade onde viveu e jogava na altura em França. Resultado final: 3-0 contra a África do Sul e 2 autogolos do Pierre. Recordo-me, também, da final da Taça Uefa no ano seguinte. Resultado final: 3-0 contra o Marselha e 1 autogolo do Pierre. A sua média devia andar à volta dos 4 autogolos por época... não admira que, depois disto, tenha ido jogar para o Libano durante 3 anos. Uma espécie de purgatório, digo eu.

Tudo, mas mesmo tudo, podia acontecer num jogo com o Pierre Issa em campo. Há aquele célebre lance ao serviço do Watford em que tropeça sozinho, cai desamparado sobre a bola e quando o levam na maca, um dos bombeiros escorrega e deixa-o cair. Podem ver o Pierre no seu melhor
aqui.

Os adeptos do Watford elegeram-no como o maior flop da história do clube. Era este tipo de prémios e votações que o Pierre Issa ganhava sempre.

Foi com agrado pueril que o vim redescobrir na Grécia, em plena pré reforma, ao serviço do OFI Creta. O estilo continua o mesmo e inconfundível: pontapés no ar, pontapés para a bancada, pontapés para fora do estádio, pontapés no adversário, escorregadelas e auto-golos, sempre os autogolos. Esta época só leva um na sua conta pessoal mas ainda falta jogar toda a segunda volta... e eu vou estar atento.
PS: Se conseguir um autógrafo do Pierre cumpro um "sonho desde pequenino"... FORÇA SEPSI!

O Benfica da Grécia

Todos aqueles que tiveram a pouca sorte de conviver mais de 5 minutos comigo ao longo de 23 anos de existência poderão confirmar que eu tenho uma doença grave (mas que, felizmente, não é contagiosa): sou o típico “maluquinho da bola”. Primeiro pelo Benfica, depois por futebol e, em geral, por desporto.

Não sou é fanático. A diferença entre o fanático e o maluquinho, na minha humilde percepção, é que o primeiro preocupa-se mais com os outros do que consigo próprio. Está constantemente a tentar modificar os demais, a salvá-los de um destino terrível que é não ser como ele – o fanático. Normalmente, se não consegue salvá-lo fica muito zangado consigo mesmo e explode. Tem tanto amor pelo outro que é capaz de se sacrificar a si próprio para salvar todos aqueles que não são fanáticos. Afinal, não vale a pena viver sem fanatismo. É assim que pensa o fanático ou, pelo menos, é uma explicação.

Para ser o mais claro possível, considero que o fanatismo foi a causa das maiores atrocidades cometidas no século XX e provavelmente as que hão-de ser cometidas no século XXI. A única coisa em que sou fanático é contra os fanáticos. Desporto e futebol incluídos.

O maluquinho (eu) é igualmente convicto da sua superioridade – que é um conceito sempre sujeito a juízos individuais – mas, por outro lado, inofensivo.

Por exemplo, o único sentimento que sportinguistas e portistas me despertam é comiseração e pena. Não tenho nenhum prazer em que admitam que o Benfica é o GLORIOSO porque:

1º – eu e todos os benfiquistas sabemos que é assim e isso é suficiente

2º - a ironia de não terem o privilégio de saber o que é ser benfiquista é castigo suficiente

Assim sendo, a razão porque elegi o ΠΑΟ como o meu clube na Grécia é porque o considero como o “Benfica da Grécia”. Até pode não ser verdade, mas foi assim que eu decidi ver as coisas. Aliás, o Ολυμπιακός tem mais títulos nacionais, veste de vermelho, tem um estádio mais bonito, tem mais adeptos... porque não o Ολυμπιακός como o “Benfica da Grécia”? Porque o Ολυμπιακός é o “Porto da Grécia”. E porque não o ΑΕΚ? Porque é o “Sporting da Grécia”. E porque não o ΠΑΟΚ? Isso seria estúpido porque não estou em Salónica.

Quando leio a frase “campeão eterno em todos os desportos” no hino do ΠAO o que leio na realidade é ET PLURIBUS UNUM, quando digo que moro em Αμπελόκηπο moro é em Benfica, quando vejo o Παπαδόπουλος a entrar 10 minutos antes do fim do jogo e a marcar é o Freddy Adu que vejo, quando vejo o Marcelo Mattos a fazer entradas a pés juntos é o Petit que vejo, quando vejo o Ν’doye a falhar um golo de baliza aberta é o Nuno Gomes que ali está.

Aqui na Grécia o verde é vermelho e o vermelho é azul. O Pireu não é Atenas! É um porto e como tal só pode ser o Porto. Assim como o PAN ATHINAIKOS que é o clube de todos os Atenienses só pode ser o “Benfica da Grécia”.

Há outra razão, mais pessoal, para ter escolhido o ΠΑΟ. Os adeptos. Também são maluquinhos. Em Atenas, é impossível andar 5 minutos sem haver uma qualquer referência ao ΠΑΟ. Só na minha rua contei 37 entre autocolantes e graffitis. No resto da Grécia é a mesma coisa, incluindo sítios tão remotos como o “Freixo-de-Espada-à-cinta da Grécia”.

Só há dois clubes estrangeiros que me despertam simpatia, por estas mesmas razões: a Roma em Itália e, agora, o Panathinaikos na Grécia.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Πελοπόννησος

Passadas várias horas de viagem, um túnel subaquático em Preveza e uma ponte toda pipi que liga Rio a Antirrio, eis que vislumbro pela primeira vez o Peloponeso! Última paragem antes do regresso a Atenas, lar dos famosos espartanos e uma península que só não é uma ilha porque está ligada à Ática pelos 6 km do estreito de Corinto.

Posso dizer com propriedade que o Peloponeso ficou a meio porque não cheguei a ir a lado nenhum a sul de Tripoli, ou seja, sítios como Sparta, Monemvasia e Elafonisos ficarão para uma próxima oportunidade.

As fotos são de:
Olympia. Berço dos jogos Olímpicos e o local onde se acende a chama olímpica de 4 em 4 anos.
Micenas. As ruínas têm cerca de 4000 anos e foi aquilo que vi de mais antigo em toda a viagem.
Napflio. Uma vila de arquitectura veneziana e totalmente vocacionada para o mar e o turismo. Por nenhuma razão em especial foi onde fiz a passagem de ano.
Epidauro. Onde fica o famoso teatro e o templo de Asclépio (Deus da Medicina).
Corinto. Fotografia do istmo de Corinto. É possível fazer bungee jumping de lá.












PS: Já escrevi anteriormente sobre a condução na Grécia mas ainda não escrevi nada sobre a sinalização. Nem o vou fazer, mas (para terminar) posso só demonstrar através de uma foto.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Μακεδονία

Uma coisa importante a descobrir na Grécia é que não se deve discutir com um grego através de raciocínio lógico.

É inútil. Uma completa perda de energia e tempo. O simples acto de perseguir as ideias logicamente, sem as deixar fugir, é algo que os gregos são ensinados desde crianças a estranhar, o que é estupidamente brilhante. As coisas limitam-se a ser como são e não há necessidade de as questionar.

Invariavelmente, a discussão resvala para a casmurrice e é impossível bater os gregos no seu próprio jogo. Um exemplo prático e completamente fictício de uma discussão com um grego seria:

- Atenas é demasiado poluída e caótica.
- Grego: tens razão.
- Simplesmente há demasiadas pessoas a viver em Atenas e regiões desertas no resto do país.
- Grego: tens razão.
- É uma pena.
- Grego: pois é.
- Deviam começar a preocupar-se em reciclar e a utilizar mais o metro, por exemplo.
- Grego: porquê?
- Porque Atenas é demasiado poluída e caótica.
- Grego: Não é não.
- É, sim.
- Grego: Não é não.
- É, sim.
- Grego: Não é não.
- É, sim.
- Grego: Não é não.
- É, sim.
- Grego: Não é não.

O melhor mesmo é nem sequer discutir, mas, caso seja absolutamente necessário, é partir imediatamente para a irracionalidade. Um exemplo demonstrativo será discutir da seguinte forma: “Ò grego, olha que isso está errado porque o teu superior hierárquico disse que está errado. Pensa melhor no assunto porque mousse de chocolate caseira é melhor do que a instantânea”. Violência física poderá ajudar a acelerar o processo pelo que não é de excluir na totalidade.

Isto para dizer que a Macedónia não é um país mas, sim, uma região no norte da Grécia. Não tentem convencer um grego do contrário. O país que toda a gente, fora da Grécia, conhece como Macedónia simplesmente não existe na Grécia e chama-se FYROM (Former Yugoslav Republic of Macedonia).

A capital da região e segunda maior cidade da Grécia é Thessaloniki. Infelizmente só estive lá uma tarde e apenas deu para ver a Torre Branca. Mesmo assim, percebi que é uma cidade à beira-mar e com montanha. Um pouco como Barcelona. Na Grécia dizem que, embora sendo uma cidade, Thessaloniki é muito mais acolhedora e relaxada do que Atenas. A confirmação requeria tempo que eu não dispunha desta vez, mas, conhecendo Atenas, não tenho dúvidas de que seja verdade.

Fui ainda a Vergina ver os túmulos reais macedónios, (nomeadamente aquele que se crê ser o de Filipe II – o pai zarolho de Alexandre, o Grande), Edessa, Naousa e Pélia.

Antes, passei pelo Monte Olympus: o ponto mais alto da Grécia e lar dos Deuses.

Pessoalmente, aprecio mais paisagens naturais que estejam pouco danificadas pelo homem (coisas virgens em geral) e por esta altura já estava farto de ver pedras (acho que é um luxo poder referir-me desta forma aos monumentos e sou o primeiro a admitir que sou um palerma).

Os Lagos Prespa eram um dos locais que mais curiosidade me despertavam à partida e não fiquei desapontado. É dos poucos parques naturais a nível mundial constituído maioritariamente por água.

Kastoria é uma bonita cidade construída à volta de um bonito lago que não o Prespa e igualmente constituído, maioritariamente, por água sob a forma de gelo, em virtude dos -15º registados na altura.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Ήπειρος

A região do Épiro faz fronteira com a Albânia e poderia parar a minha discrição por aqui que estaria tudo dito. Já sabia que em Atenas há muitos albaneses (ao ponto das línguas oficiais nos multibancos serem o grego, o inglês e o albanês) mas no Épiro há simplesmente mais albaneses do que gregos. Os próprios gregos que aí vivem parecem-me albaneses.

É uma região BELÍSSIMA em termos de paisagem natural e vida selvagem. Em Zagori só apetece encher os pulmões de ar. Brutal para limpar a porcaria que Atenas tem enfiado aqui para dentro. O único problema é que as estradas são uma MERDA. Fui alertado por vários colegas gregos para os perigos das estradas nesta zona; que era a zona com mais sinistralidade na Grécia, que as condições das estradas eram más, que a visibilidade era quase nula devido ao microclima da área, que eram as primeiras a ser cortadas em caso de mau tempo, que mesmo no Verão eram perigosas, que só condutores experientes como camionistas se atreviam a utilizá-la no Inverno e por aí adiante. Em particular uma que tem o sugestivo nome de Κατάρα (maldição, em português).

Repeti para mim mesmo o nome umas quantas vezes e tomei nota mental. Afinal, não se deve brincar com superstições.

Sem saber bem como fui parar exactamente a essa estrada e juro que não sei por onde andei durante umas boas 2 horas porque eu não via nada a não ser aqueles sticks fluorescentes enterrados na neve. E tenho a nítida sensação de que vi um lobo e um urso à beira da estrada a olharem para mim com os olhos a brilhar.

Ioannina até pode não ser a melhor cidade do Mundo mas dadas as circunstâncias (ter escapado são e salvo da KATARA!) foi o que me pareceu.

Dodoni foi grande cenário! E conhecemos um pastor que ficou tão admirado de ver turistas por ali naquela altura do ano que resolveu oferecer queijo (i.e. procurem por feta em Portugal e vejam qual é a marca).

Seguiu-se uma descida ao Inferno em Nekiomanteo e a ascenção divina em Parga. Muito poético.



Garganta de Vikos








Ponte de pedra para animais em Zagori










Ioannina







Dodoni







Nekiomanteo aka Oráculo dos Mortos aka Inferno

Reparem na figura sinistra do lado direito... este lugar tem poderes!



Sempre disse que pelo Benfica até vou ao Inferno.




Parga


domingo, 6 de janeiro de 2008

Θεσσαλία

Seguiu-se a região da Tessália e foi aqui que as coisas começaram a ficar realmente interessantes. Não que Delfi & companhia tivesse sido aborrecido, afinal, brincar às batalhas com 23 anos de idade e passar o dia de Natal a 1000 metros de altitude num templo pagão na companhia de 2 muçulmanos é engraçado, senão patético. Mas foi tudo muito planeado, talvez, por ser a primeira parte da viagem: visitar museus, tirar fotografias, comer em restaurantes, dormir em hotéis com vista para o Mar, etc. Numa só ideia: demasiado turístico (para os objectivos desta viagem).

Felizmente o tempo, que já era mau, começou a piorar e decidi cortar Pélion do roteiro. Na verdade, foram o Rachid e o Reda que cortaram a cabeça à ideia e eu assenti; aquilo é longe para caraças, as estradas são más e dizem que é preciso, no mínimo, 3 dias para visitar. O facto de conferenciarem constantemente em árabe também fez com que me sentisse um refém e preferi não protestar.

Com esta decisão ganhámos cerca de um dia e decidimos fazer aquilo que normalmente se faz quando se tem demasiado tempo livre: palermice.

Rapidamente deixámos de usar o mapa porque, simplesmente, as estradas deixaram de estar no mapa. Passámos a orientar-nos pelo cheiro das oliveiras, pela beleza das árvores no Inverno e pelo frio nos ossos. Regra geral, andámos sempre perdidos.

Gosto dessa sensação de “Uau, as coisas estão a ficar sem controlo” e sinto sempre uma espécie de excitação anárquica quando vejo que aquilo não deveria ter acontecido mas que afinal é tão bom. E foi isso que aconteceu quando o eremita Barnabé me sussurrava ao ouvido a direcção de Meteora. Dizia ele; “vais sempre em frente em direcção à árvore branca, aí viras à direita (Δεξιά, porque o Barnabé só falava grego) e sobes, sobes, sobes, sobes, sobes… descansas um bocadinho e continuas… sobes, sobes, sobes e sobes até veres um campo de futebol no meio do nada. Resistes à tentação de dar uns toques até porque não tens nenhuma bola e continuas. Sobes, sobes, sobes e sobes pelo meio de nevoeiro, neve e caminhos enlameados que talvez chegues lá neste belíssimo veículo. Talvez. Em Meteora vais descobrir as escadas do paraíso… podes estar descansado que vais estar na mais plena solidão… não há ninguém suficientemente ESTÚPIDO para ir a Meteora num dia destes!” Eu limitei-me a agradecer ao Barnabé; “Está bem. Muito Obrigado! Adeus” (Εντάξει. Ευχάριστο πολύ! Γεια σας, porque o Barnabé só falava grego). E segui o meu caminho. Sempre a subir.





É uma história ligeiramente exagerada. Pelo menos penso que aconteceu, mas há uma estranha sensação na minha mente de que isso possa ter acontecido com outra pessoa – um tipo qualquer chamado Hélio Mandráki Fischer von Erlach Péricles – mas lembro-me nitidamente de isto ter acontecido: a mim ou a ele.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Στερεά Ελλάδα

Sterea Ellada significa literalmente Grécia firme e foi, com firmeza, a primeira região que visitei nesta viagem.

Tebas pode ter sido outrora a cidade mais poderosa da Grécia mas actualmente o único interesse que pode ter para um turista é o museu e este está fechado para obras sem data de reabertura. Não me parece que volte lá de propósito.

O Mosteiro de Osios Loukás é um bom exemplo da arquitectura bizantina. Dista do século XI e é talvez o mais importante edifício do género na Grécia. Como fica a caminho de Δελφοί (Delfos) e todas as outras “igrejas” são “réplicas de qualidade inferior” vale a pena fazer uma visita. No interior também há mosaicos fixolas.


Arahova é uma estância de sky que está na moda em Atenas. Daquilo que vi diria que está num nível intermédio entre a Serra da Estrela e a Sierra Nevada, mas não sou especialista em neve...

O grande atractivo é sem dúvida Delfos, o centro religioso pagão da antiguidade clássica. Diz a lenda que Zeus enviou duas águias de cantos opostos do mundo e ambas se cruzaram nos céus por cima de Delfos, indicando que era ali o centro da Terra.


Itea, Galaxidi, Mesolongi e Vonitsa são vilas piscatórias, à excepção de Mesolongi que é uma cidade e considerada santa porque foi a única na Grécia que resistiu à ocupação turca.


Confesso que acho o nome Termopilas apropriado para um sítio onde 300 tipos decidiram enfrentar em combate uma força de 1.000.000 homens. Não sei se estão a ver a dimensão da coisa mas para cada espartano havia 3333 persas. A resposta dos espartanos à ordem de entrega das armas foi um sonoro VENHAM BUSCÁ-LAS!!! A menos que os persas estivessem constipados e lutassem com fisgas parece-me que é necessário, pois bem, tê-los no sítio. Estes tipos sabiam que iam morrer e fizeram-no em nome da liberdade (foi a partir deste momento que as cidades-estado se uniram e surgiu na Grécia uma ideia nova chamada democracia). A batalha das Termópilas está documentada como a batalha mais desigual de toda a história. Ainda conseguiram resistir durante 3 dias e não fosse a traição de um grego de nome Εφιάλτες (Ephialtes significa pesadelo em grego) poderiam ter derrotado os Persas. Tudo isto é um misto de lendas e acontecimentos históricos e cabe a cada um acreditar naquilo que quiser. Pessoalmente, gosto de imaginar uma batalha com diatribes como “vai para a tua terra ò mascarrado!”, “O quê? Tu e mais quantos? 999.999!? Ò diabo… pensava que eram menos.”, bananas espetadas na cara do inimigo e outras coisas desse género. O local, por assim dizer, consiste num mural com uma estátua gigante do Rei Leónidas literalmente à beira da auto-estrada. É um local ao ar livre que vale mais pelo simbolismo. Eu gostei.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

8 dias na Grécia

Olhei a besta nos olhos e o que vi foi lindo! Vai demorar uns dias até que me sinta novamente um ser humano mas acho que valeu a pena. Cada km dos cerca de 4300 km percorridos (4353 para ser exacto) em 8 dias de viagem saiu-me da pele. Isto não foi turismo, foi uma missão de reconhecimento. A palavra é… (gritem bem alto) INTENSO! Muitas das coisas que vi não vêm em guias turísticos; sempre que possível andei por estradas secundárias o que acabou por se revelar uma opção arriscada mas ao mesmo tempo compensadora. Quase todos os dias tive de conduzir à noite e reduzir o número de horas de sono para que pudesse cumprir (mais ou menos) aquilo que tinha planeado. Obviamente, gostava de ter ficado mais tempo em cada local mas o objectivo desta viagem não era relaxar; era ver o máximo de coisas possível, detectar “áreas de interesse” para mais tarde voltar. Só para terem uma ideia das minhas “férias”, às 24:00 estava na cama e às 06:00 da manhã já estava novamente na estrada.

Por si só, conduzir na Grécia é uma aventura porque 1º – há montanhas que nunca mais acabam e as estradas são aos ziguezagues 2º – o estilo grego de condução requer algum tempo de adaptação (i.e. a principal diferença é que a faixa de emergência é utilizada como faixa de rodagem) e 3º – Conduzir ao som de músicas de Natal on loop do Georgios Kyriacos Panayiotou (rebaptizado George Michael) dá-me cabo da paciência. Para piorar, estando no Inverno, o normal foi conduzir em condições péssimas (chuva, nevoeiro, neve, frio, etc.). Custava, mas de cada vez que pensava em desistir acontecia sempre alguma coisa que me dava forças para continuar. Os vídeos e as fotos que saquei são um bom exemplo disso.

Em relação à escolha dos locais, cheguei à conclusão que em 7 dias e ½ teria sempre de cortar coisas interessantes que se tivesse tido mais tempo gostaria de ter visitado. De qualquer forma, a viagem foi suficientemente puxada a nível físico e psicológico para nem sequer me sentir culpado. Em 7 dias e ½ vi aquilo que muitos gregos me disseram ser impossível. Ελα ρε μαλακα!

Uma coisa importante que já sabia de experiências anteriores é que um local não é o mais importante para se ter “bons momentos” a viajar. Dinheiro muito menos (estes 8 dias foram baratos. Por exemplo, sítios arqueológicos e museus são de borla com um cartão de estudante da UE). Antes de mais, é preciso predisposição e uma abertura a TUDO o que se passa à nossa volta, desde o pastor “albanês” nas montanhas do Pindo que nos ofereceu iogurtes, o engarrafamento de vacas, o engarrafamento de cabras, o cão estúpido, passando pelo monge em Meteora que conhecia o Cristiano Ronaldo e acabando no gerente de hotel em Ioannina que nos deixou ficar num quarto de hotel de 4* por meia dúzia de tostões.

Uma vez percebido isto não há mal nenhum em sermos gregos na Grécia e admirarmos sem preconceitos uma topografia única e um país com uma cultura riquíssima; cultura essa que é o berço da civilização ocidental.

Não houve um sítio que me tivesse desapontado excessivamente, talvez à excepção do Nekyomanteio (o Inferno que vem na mitologia grega…). Não passa de uma fossa séptica com um cheiro a peido que não se aguenta e para isso tinha ido ao estádio do Sporting. Também não vi nenhum cão de 3 cabeças.

Aquilo que gostei mesmo foi da viagem, propriamente dita, porque mais importante do que os locais visitados foi ter chegado lá. Embora a condução na Grécia seja desafiante a paisagem natural é recompensa mais do que suficiente por esse esforço.

Aconselho todos a fazerem uma visita à Grécia, se puderem, sem ser no Verão porque as ilhas e tal são bonitas, e eu até compreendo, mas a Grécia também tem muita natureza e frio para oferecer!

Neste momento, apenas não conheço as ilhas e a Trácia (a parte que faz fronteira com a Turquia) e o único sítio que tinha programado visitar e que não cheguei a ir foi Pelion (o gancho, de onde vêm os centauros…) porque era impossível em termos de logística e faz mais sentido ir lá com calma, quando estiver melhor tempo… aliás, no Verão, planeio fazer outro tipo de turismo, mais convencional e balnear.

Estes 8 dias pareceram 8 semanas.

Pode parecer estranho mas sinto que esta viagem no Inverno vai fazer com que, subconscientemente, me sinta merecedor de ir a uma qualquer ilha à distância de um qualquer barco. É um pouco a lógica de saber sofrer para ser recompensado que, ao fim ao cabo, foi a mensagem desta viagem.

Ah, e nunca mais vou dizer mal de um Chevrolet Matiz. Juro.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

De volta a Atenas

Acabo de chegar a casa, em Atenas, depois de deixar o Rachid, o Reda e o carro no aeroporto. Foram eles os meus companheiros nestes últimos 8 dias.

No aeroporto, senti uma vontade gutural de apanhar um avião e ir para a minha verdadeira casa... Lisboa… só por 5 minutos...

De volta a Atenas, antes de chegar a casa, passei pelo Jardim Nacional e assisti ao render da Guarda. Odeio Guerra, mas admiro os militares pela sua capacidade de auto-controlo, disciplina, planeamento e paciência.

As histórias e as fotos da viagem estão para breve. É esperar mais um bocadinho até organizar as fotos e planear aquilo que vou escrever. Inspirem-se nos evzones. Um pouco de paciência.