Todos aqueles que tiveram a pouca sorte de conviver mais de 5 minutos comigo ao longo de 23 anos de existência poderão confirmar que eu tenho uma doença grave (mas que, felizmente, não é contagiosa): sou o típico “maluquinho da bola”. Primeiro pelo Benfica, depois por futebol e, em geral, por desporto.
Não sou é fanático. A diferença entre o fanático e o maluquinho, na minha humilde percepção, é que o primeiro preocupa-se mais com os outros do que consigo próprio. Está constantemente a tentar modificar os demais, a salvá-los de um destino terrível que é não ser como ele – o fanático. Normalmente, se não consegue salvá-lo fica muito zangado consigo mesmo e explode. Tem tanto amor pelo outro que é capaz de se sacrificar a si próprio para salvar todos aqueles que não são fanáticos. Afinal, não vale a pena viver sem fanatismo. É assim que pensa o fanático ou, pelo menos, é uma explicação.
Para ser o mais claro possível, considero que o fanatismo foi a causa das maiores atrocidades cometidas no século XX e provavelmente as que hão-de ser cometidas no século XXI. A única coisa em que sou fanático é contra os fanáticos. Desporto e futebol incluídos.
O maluquinho (eu) é igualmente convicto da sua superioridade – que é um conceito sempre sujeito a juízos individuais – mas, por outro lado, inofensivo.
Por exemplo, o único sentimento que sportinguistas e portistas me despertam é comiseração e pena. Não tenho nenhum prazer em que admitam que o Benfica é o GLORIOSO porque:
1º – eu e todos os benfiquistas sabemos que é assim e isso é suficiente
2º - a ironia de não terem o privilégio de saber o que é ser benfiquista é castigo suficiente
Assim sendo, a razão porque elegi o ΠΑΟ como o meu clube na Grécia é porque o considero como o “Benfica da Grécia”. Até pode não ser verdade, mas foi assim que eu decidi ver as coisas. Aliás, o Ολυμπιακός tem mais títulos nacionais, veste de vermelho, tem um estádio mais bonito, tem mais adeptos... porque não o Ολυμπιακός como o “Benfica da Grécia”? Porque o Ολυμπιακός é o “Porto da Grécia”. E porque não o ΑΕΚ? Porque é o “Sporting da Grécia”. E porque não o ΠΑΟΚ? Isso seria estúpido porque não estou em Salónica.
Quando leio a frase “campeão eterno em todos os desportos” no hino do ΠAO o que leio na realidade é ET PLURIBUS UNUM, quando digo que moro em Αμπελόκηπο moro é em Benfica, quando vejo o Παπαδόπουλος a entrar 10 minutos antes do fim do jogo e a marcar é o Freddy Adu que vejo, quando vejo o Marcelo Mattos a fazer entradas a pés juntos é o Petit que vejo, quando vejo o Ν’doye a falhar um golo de baliza aberta é o Nuno Gomes que ali está.
Aqui na Grécia o verde é vermelho e o vermelho é azul. O Pireu não é Atenas! É um porto e como tal só pode ser o Porto. Assim como o PAN ATHINAIKOS que é o clube de todos os Atenienses só pode ser o “Benfica da Grécia”.
Há outra razão, mais pessoal, para ter escolhido o ΠΑΟ. Os adeptos. Também são maluquinhos. Em Atenas, é impossível andar 5 minutos sem haver uma qualquer referência ao ΠΑΟ. Só na minha rua contei 37 entre autocolantes e graffitis. No resto da Grécia é a mesma coisa, incluindo sítios tão remotos como o “Freixo-de-Espada-à-cinta da Grécia”.
Só há dois clubes estrangeiros que me despertam simpatia, por estas mesmas razões: a Roma em Itália e, agora, o Panathinaikos na Grécia.
Não sou é fanático. A diferença entre o fanático e o maluquinho, na minha humilde percepção, é que o primeiro preocupa-se mais com os outros do que consigo próprio. Está constantemente a tentar modificar os demais, a salvá-los de um destino terrível que é não ser como ele – o fanático. Normalmente, se não consegue salvá-lo fica muito zangado consigo mesmo e explode. Tem tanto amor pelo outro que é capaz de se sacrificar a si próprio para salvar todos aqueles que não são fanáticos. Afinal, não vale a pena viver sem fanatismo. É assim que pensa o fanático ou, pelo menos, é uma explicação.
Para ser o mais claro possível, considero que o fanatismo foi a causa das maiores atrocidades cometidas no século XX e provavelmente as que hão-de ser cometidas no século XXI. A única coisa em que sou fanático é contra os fanáticos. Desporto e futebol incluídos.
O maluquinho (eu) é igualmente convicto da sua superioridade – que é um conceito sempre sujeito a juízos individuais – mas, por outro lado, inofensivo.
Por exemplo, o único sentimento que sportinguistas e portistas me despertam é comiseração e pena. Não tenho nenhum prazer em que admitam que o Benfica é o GLORIOSO porque:
1º – eu e todos os benfiquistas sabemos que é assim e isso é suficiente
2º - a ironia de não terem o privilégio de saber o que é ser benfiquista é castigo suficiente
Assim sendo, a razão porque elegi o ΠΑΟ como o meu clube na Grécia é porque o considero como o “Benfica da Grécia”. Até pode não ser verdade, mas foi assim que eu decidi ver as coisas. Aliás, o Ολυμπιακός tem mais títulos nacionais, veste de vermelho, tem um estádio mais bonito, tem mais adeptos... porque não o Ολυμπιακός como o “Benfica da Grécia”? Porque o Ολυμπιακός é o “Porto da Grécia”. E porque não o ΑΕΚ? Porque é o “Sporting da Grécia”. E porque não o ΠΑΟΚ? Isso seria estúpido porque não estou em Salónica.
Quando leio a frase “campeão eterno em todos os desportos” no hino do ΠAO o que leio na realidade é ET PLURIBUS UNUM, quando digo que moro em Αμπελόκηπο moro é em Benfica, quando vejo o Παπαδόπουλος a entrar 10 minutos antes do fim do jogo e a marcar é o Freddy Adu que vejo, quando vejo o Marcelo Mattos a fazer entradas a pés juntos é o Petit que vejo, quando vejo o Ν’doye a falhar um golo de baliza aberta é o Nuno Gomes que ali está.
Aqui na Grécia o verde é vermelho e o vermelho é azul. O Pireu não é Atenas! É um porto e como tal só pode ser o Porto. Assim como o PAN ATHINAIKOS que é o clube de todos os Atenienses só pode ser o “Benfica da Grécia”.
Há outra razão, mais pessoal, para ter escolhido o ΠΑΟ. Os adeptos. Também são maluquinhos. Em Atenas, é impossível andar 5 minutos sem haver uma qualquer referência ao ΠΑΟ. Só na minha rua contei 37 entre autocolantes e graffitis. No resto da Grécia é a mesma coisa, incluindo sítios tão remotos como o “Freixo-de-Espada-à-cinta da Grécia”.
Só há dois clubes estrangeiros que me despertam simpatia, por estas mesmas razões: a Roma em Itália e, agora, o Panathinaikos na Grécia.
3 comentários:
Luzio, esse texto foi quase poesia. Mas confesso que a paixão dos gregos pelo futebol é algo que me faria ir ver um joguito aí. Eu quero ver se não falho pelo menos a um jogo dos meus gunners (sim, porque vivo a 10m do estádio do Arsenal).
Abraço e viva o Pana
João, convenceste-me. Na Grécia o verde é vermelho e também já sou do PAO!!
Luzio, duas coisas:
1- Deixa-te de coisas, qual Roma, qual quê..."A Roma, la Lazio, c'é solo la LAZIO!"
2- Panatha Mou, Se Aghapo!! Qdo for ai temos de ir ver um joguinho do PAO! Fica prometido!
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