domingo, 9 de março de 2008

My big fat greek wedding

O título deste texto é parcialmente enganador. O casamento não foi meu, não foi grande nem gordo, mas foi um casamento grego.

Tinha no imaginário que os casamentos gregos duravam vários dias; partiam copos e pratos, comiam quantidades astronómicas de comida e dançavam a música do Zorba “o Grego” on loop.

Pelo menos ao casamento a que fui convidado não se passou nada disto. Para começar, o casamento foi às 21.00 e prolongou-se durante a noite. É verdade que a cerimónia religiosa em grego clássico tinha um certo ar de misticismo, mas foi super rápida (uns 30 minutos) e praticamente igual às cerimónias religiosas católicas.

O copo de água foi em Glyfada, a Cascais de Atenas, numa espécie de sala de conferências gigante de um hotel. À partida a coisa prometia, porque aquilo tinha pinta de ser uma coisa de nível, mas comecei a desconfiar quando os noivos chegaram, dançaram uma música ao som da Celine Dion e cortaram o bolo. Para mim quando se corta o bolo é sinal de que o casamento está a chegar ao fim e quando ouço músicas da Celine Dion é disso mesmo que estou à espera. Infelizmente, muitas mais músicas da Célina se seguiram… de tal modo que me dei por contente quando passaram à parte da música grega “para dançar numa rodinha”. Obviamente que “dançar numa rodinha” só se dança o vira, então, foi isso que fiz… e é com um certo orgulho que transmito o sucesso do vira entre os bailarinos de casamentos gregos (principalmente aqueles que tinham garrafas de ouzo nas mesas).

Mas a maior decepção foi mesmo a pouca quantidade de comida existente e o facto de ser self-service. Toda a gente sabe que o único motivo de interesse num casamento é tentar recuperar o dinheiro da prenda em quantidade de comida enfardada (eu estava em jejum e preparadíssimo). Não quis acreditar quando as centenas de empregados abriram as marmitas, ficaram tipo sentinelas ao lado da comida, e os convidados se começaram a levantar ordeiramente com o prato na mão para se irem servir.

“ - Ò Meus amigos, isto assim não bate a boca com a perdigota”, não disse mas pensei. De onde eu venho isto não é nada assim. Ainda pensei em pedir reembolso mas, entretanto, começou a dar a música do Zorba e tive que ir dançar o vira.

Sem comentários: