Inicialmente, pensei que fosse uma brincadeira de uma amiga grega cuja noção de diversão é, na melhor das hipóteses, palerma (na realidade, ela tem perturbações mentais). Mas tenho quase a certeza de que – agora que acabou (?) – não foi ela porque já o teria confessado e ter-mos-ia rido disso. Se bem que tudo é possível e, na realidade, ela tem perturbações mentais. Talvez tenha sido uma erasmus ou uma desempregada porque uma “perseguição” deste calibre requer tempo e ociosidade. Não sei, nem quero saber. Neste momento a minha explicação mais consistente é a de que o meu telemóvel esteve momentaneamente possuído por uma entidade alienígena. Senão como é que posso explicar registos de chamadas do meu próprio número? Muito estranho, mas prefiro não pensar muito nisso.
O teor das chamadas era variável, definitivamente a mesma pessoa mas com personalidades diferentes, sem dúvida alguém com treino teatral… ora era a “perseguidora simpática”, ora a “perseguidora zangada”, ora a “perseguidora psicopata”, ora a “perseguidora romântica” e por aí adiante. Não fosse o facto de me estar genuinamente nas tintas e ser pouco impressionável, diria que estive em contacto com uma personalidade digna de estudo. Um verdadeiro tratado de múltipla personalidade e loucura aleatória.
Depois disto, o que eu estou a precisar é de fazer um cruzeiro. Aproveito para lançar um apelo a todos os “perseguidores” que andam por aí: arranjem um passatempo mais saudável, qualquer coisa de mais útil que estimule o intelecto e o corpo. Fazer o cubo mágico, sei lá, qualquer coisa.